Toda a luz da 1a Mostra Cultural Raízes Ancestrais

Neste sábado (13), evento reúne expositores, artistas musicais e rodas de saberes com intelectuais e líderes espirituais ligados aos saberes tradicionais

Com toda a beleza e representatividade, a Cia Lábios da Lua (Quadra 4 Lote 16 Loja C e D - Setor Sul, no Gama) recebe neste sábado, 13 de julho, a partir das 9h30, a 1ª. Mostra Cultural Raízes Ancestrais - Do terreiro à rua. Com realização do Instituto Orun Aye em parceria com a Malditas Produções, o evento reúne expositores, artistas musicais e rodas de saberes com intelectuais e líderes espirituais ligados aos saberes tradicionais. Tudo gratuito e com classificação indicativa de 10 anos de idade. O projeto 1a Mostra Cultural Raízes Ancestrais é realizado com recursos do FAC-DF. Informações e programação no Instagram @mostraraizesancestrais

Segundo  a proponente, Regina Lourenço de Oyá, serão mais de dez horas de programação gratuita reunindo diferentes expressões artísticas da cultura afro-brasileira de terreiro.

"As comunidades de terreiro são historicamente produtoras e transmissoras de conhecimento, entretanto, na mesma medida foram excluídas socialmente e politicamente - junto ao negro- sendo à elas negado o direito à escrita e registro de seus saberes. O terreiro compõe não apenas uma comunidade religiosa, mas um fragmento, um lócus cultural afro-brasileiro, além de espaço de comunhão espiritual, se apresenta enquanto espaço resistente de produção cultural tradicional, ancestral e principalmente contínua", explica Regina Lourenço de Oyá, que também é a presidente do Instituto Orun Ayê.

PROGRAMAÇÃO

9h30 - Roda em homenagem à Exu com Iya Regina Lourenço e Instituto Orun Aye

10h - Abertura da Feira de exposições - disponível durante todo o evento

10h - Roda de Saberes - "Mulheres Negras e Ancestralidade: A força das Yalorixás nas comunidades de terreiro"; mediada por Iya Regina Lourenço com participação de Ekedji Ana Rita e Mãe Dora de Oyá

12h - Feijoada - Instituto Orun Aye

14h - Roda de saberes - "Racismo Religioso: estratégias de enfrentamento dos terreiros à intolerância religiosa", mediada pela Dra Lourdes Teodoro com participação de Luciano Goes e Dani Sanchez

16h - Roda de saberes - "Culinária tradicional de Terreiro: a importância do alimento dentro do Candomblé", mediada por Iya Regina Lourenço com participação de Julie Cunha e Pai Fábio de Ogum da Tenda Espiritual Vovó Pedro de Angola

17h30 - Show Saraní

18h30 - Show Aqualtune

19h30 - Show Filhos de Dona Maria

Rodas de Saberes - passam por temas como mulheres no candomblé, racismo e intolerância religiosa e culinária tradicional de terreiro, com convidadas como Dani Sanchez, Ekedji Ana Rita e Mãe Dora de Oyá.

Feira de exposições - reúne linguagens visuais do artesanato à moda e culinária.

Expositora Aurora Jaspe - Aurora, ou Hta, ou Aurora Jaspe. Artista independente desde os 14 anos de idade. Artesã, estudante de Serviço Social e grafiteira. Seus trabalhos manuais envolvem esculturas em cerâmica e pinturas. Já produziu uma série de imagens de Orixás e

artes que trazem simbolismos que compõem a tradição de matriz africana. Traz a 1a Edição da Mostra peças artesanais como esculturas, bags com pinturas à mão, quadros e colares.

Julie Cunha - Julie Cunha nasceu no interior da Bahia, veio para o Distrito Federal e conheceu o Ilê Omí Mesan Orun, do qual faz parte há sete anos. As comidas típicas baianas que sempre teve contato,  junto à sua ancestralidade indigena, a moldaram para que hoje preparasse os alimentos dos orixás dentro da casa de axé. Sua culinária tradicional de terreiro contará com pratos típicos de tradição afro-brasileira como o Acarajé, o vatapá e o caruru.

Atrações musicais -  as atrações musicais ficam por conta da rapper gamense Aqualtune, a cantora popular Saraní e o samba irreverente do grupo Filhos de Dona Maria.

Aqualtune - MC, poeta, agitador e produtor cultural, Aqualtune é dona de uma voz que ecoa os sons e as histórias do Distrito Federal, tecendo narrativas que celebram o rap, a força da oralidade presente na cultura negra e a diversidade. Pessoa não-binária, nascida no Gama, na periferia de Brasília, o artista encontra inspiração nos cotidianos de contextos periféricos, nas pessoas que a cercam e na relação com o candomblé. Foi em contato com o trabalho de artistas como Mc Carol e Brisa Flow, sentiu-se inspirada a ultrapassar o lugar de público e ocupar também o papel de artista cenário musical do rap, ainda predominantemente masculino e heterossexual. A jornada artística de Aqualtune começou nas batalhas de rima e de poesia (os SLAMs), onde encontrou espaço para contar suas próprias histórias e narrar o mundo que o cerca. Em 2021, ela deu seus primeiros passos na música, colaborando com a cypher IMATERIAL (2021) ao lado de Mano Dáblio, Nega Lu, Júlia Nara e Layó. Ao lado da rapper Lara Lis lançou também a Mixtape 777, que conta com 5 faixas, e diversos singles independentes, disponíveis no Spotify e no YouTube. Desde 2021 a artista tem realizado shows e se apresentado em diversos eventos culturais de porte nacional e regional, como o Festival do Futuro ( 2023 - Posse do Presidente Lula), Festival Meskla (2023), o Expofavela GO (2023), a VI Mostra Cultural Afro Brasileira do Gama (2022) e o Flagra Hip Hop Festival (2021) entre outros.

Saraní -  cantora, professora de canto, compositora e artista independente.  Mestranda em música pela Universidade de Brasília, já atuou como professora de canto em projetos sociais e de extensão da universidade. Começou sua carreira na música através da educação musical, como professora de canto atuou de forma autônoma, também em escolas de músicas e em projetos sociais na comunidade. Como compositora a artista lançou seu primeiro trabalho autoral em 2023, o EP LatinidadeAfro, voltado para valorização e enaltecimento da cultura afroindígena brasileira. Acompanhada da banda baile DF Music, se apresentou em eventos corporativos no DF e em outros estados. Atualmente se apresenta em eventos e festivais, com sua banda completa ou em formato de voz & violão como no festival etnocultural do intercâmbio "Ethnos Sweden", realizado na cidade de Rativik – Suécia, onde representou o Brasil cantando. Participa também como vocalista principal da banda Violeta Groove, natural de Brasília-DF.

Filhos de Dona Maria - Samba de terreiro, da musicalidade preta e magia do candomblé o grupo Filhos de Dona Maria é formado por Almícar Paré (voz e violão) e Khalil Santarém (voz e cavaquinho) e nasce da mistura dos tambores e sabores do terreiro de candomblé. Chula, ijexá, jongo e capoeira se entrelaçam em sua musicalidade que busca fortalecer a negritude ancestral à luz de Maria Padilha. Com o álbum "Todos os prazeres" lançado em 2015, realizaram diversas apresentações no DF, em território Nacional e Internacional, realizando turnê em Moçambique e participações nos eventos Sesc+Samba, Favela Sounds, Festival Magia Negra e São Batuque.

1a Mostra Cultural Raízes Ancestrais  -  A mostra cultural Raízes Ancestrais visa evidenciar os saberes produzidos dentro dessas comunidades. O evento se realizará por meio de rodas de saberes, apresentações poético-musicais e exposições de produtos artesanais. Assim como no candomblé, o momento inicial será dedicado ao orixá Exu, em roda conduzida por Ya Regina e seus filhos de santo, aproximando o público à importância cultural e religiosa dessa divindade. Em seguida serão realizadas as rodas de saberes com interação do público, a fim de envolvê-lo nessa partilha cultural, com os temas "Mulheres Negras e Ancestralidade: A força das Yalorixás no candomblé"; "Racismo Religioso: estratégias de enfrentamento dos terreiros à intolerância religiosa" e "Culinária tradicional de Terreiro: a importância do

alimento dentro do Candomblé" mediadas pela proponente e pela Dra Maria de Lourdes Teodoro, ex-coordenadora do curso "Conscientização da Cultura Afro-brasileira" criado por Abdias do Nascimento.  Ao final, as apresentações poético-musicais reúnem Aqualtune, rapper e poeta de terreiro; Saraní, cantora de ritmos populares afro-brasileiros e o grupo Filhos de Dona Maria - representado na ficha técnica pelo vocalista Khalil Santarém - com seu samba irreverente de terreiro. A mostra conta ainda com exposições dos produtos da artesã Agatha Moreira também ligados às divindades do Candomblé. Traz a 1a Edição da Mostra uma exposição culinária com pratos tradicionais dos povos de terreiro.

Instituto Orun Ayê - O Ílé Òmí Àirá Àsè Mesan Orun é comunidade de terreiro presente há 18 anos no território de Valparaíso – GO, no bairro Céu Azul, sendo institucionalizada por meio do nome jurídico Instituto Òrun Áiyé desde 2021. Presidida pela Yalorixá Regina Lourenço de Oyá, a comunidade conta hoje com mais de vinte sete membros, entre adultos e crianças, de diferentes localidades do Goiás e Distrito Federal em seus diversos contextos socioeconômicos. Realiza ações de cunho afro-religioso, social e cultural direcionadas à população do Goiás e Distrito Federal.

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