O Tribunal de Contas do Distrito
Federal (TCDF) suspendeu, de forma cautelar, a devolução de médicos
especialistas em cuidados intensivos de recém-nascidos que atuam na
unidade de Neonatologia do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). A
decisão visa evitar prejuízos à continuidade dos atendimentos na UTI
Neonatal, considerada essencial para a rede pública de saúde do DF.
A medida foi motivada por uma representação recebida no processo nº 00600-00011532/2025-61, que aponta possíveis irregularidades na decisão de transferência e alerta para o risco de desassistência à população atendida pela unidade.
Segundo a denúncia, a devolução dos médicos à SES-DF não seguiu os critérios estabelecidos no Decreto nº 44.207/2023, que determina um retorno gradual dos profissionais cedidos, com base em um cronograma elaborado por grupo de trabalho específico. A falta de planejamento adequado pode, segundo o documento, ampliar o risco de óbitos de recém-nascidos por falta de atendimento.
O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) também se manifestou, alertando que a retirada desses profissionais pode inviabilizar o fechamento das escalas na única UTI Neonatal em pleno funcionamento na rede pública do DF. A entidade argumenta ainda que a medida não solucionaria a escassez de especialistas em outras unidades de saúde.
Além da suspensão da devolução, o TCDF determinou que a SES-DF e o Iges-DF apresentem o relatório final do grupo de trabalho responsável por analisar a medida. A Corte também advertiu que qualquer nova devolução ou transferência de médicos em áreas essenciais deverá obedecer aos critérios estabelecidos na Decisão nº 553/2021, garantindo que a continuidade do serviço público não seja prejudicada.
As ações do TCDF buscam assegurar que a população continue recebendo atendimento adequado e que decisões administrativas na área da saúde sejam tomadas com planejamento, responsabilidade e foco no interesse público.